segunda-feira, 3 de junho de 2013

Noite de primavera

   Em uma noite qualquer de Novembro eu fui com o meu irmão comer um cachorro-quente. Pedimos nossos lanches, e fiquei observando as pessoas indo e vindo. Um casal sentou numa mesa na diagonal da nossa, de modo que estavam no meu campo de visão. Nossos lanches chegaram e começamos a comer.
   Então, um movimento chamou a minha atenção. No momento achei que por acidente o homem deixou alguma coisa cair no chão, e olhei pra ver o que era. As chaves do carro, nada de mais. Quando se abaixou para pegá-las no chão, ele retirou uma caixinha do bolso, ajoelhou, abriu a caixinha e mostrou pra mulher. Confesso que não consegui desviar os olhos. Um pedido foi feito, o qual eu não ouvi. Mas para saber a resposta eu não precisava de palavra alguma.
   Me senti uma intrusa por ter visto o que vi, mas também fiquei muito feliz. Um ato corajoso da coragem de quem ama. É bom saber que essas coisas ainda existem. Espero que um dia eu possa ser surpreendida dessa forma. E quando isso acontecer, quero poder ser capaz de retribuir. Quero ter a oportunidade de amar e ser amada. Um companheiro.